Como lidar com o estresse?
Queremos ser produtivos, mas muitas vezes temos que lidar com o estresse. Quero começar dizendo que rechaçar todo o estresse e senso de urgência pode ser frustrante, pois podemos estar criando o possível quadro da vida sem estresse, que não existe. Existem diferentes níveis de estresse. Existe o cenário de alerta. Esse é um estágio positivo, pois produz energia e força para superar o desafio. Quantos de nós não produzimos mais, superamos o nosso eu, nos descobrimos de uma nova maneira em situações de alerta? Uma segunda fase é a de resistência, quando o corpo aumenta a capacidade de resistência para suportar. Mas existem os cenários de quase exaustão e exaustão, onde o indivíduo já não consegue se manter psicologicamente bem para realizar as rotinas diárias, necessitando de um acompanhamento profissional.
Eu quero ajudá-lo a reformular a maneira como olhamos para o estresse e deixar duas dicas sobre como lidar com ele.
1. Verbalize para si mesmo as suas emoções e a razão do seu estresse
Não precisamos ser reféns do estresse, mas podemos usá-lo de maneira positiva. Pesquisas mostram que nomear as emoções, nomear as razões pelas quais estamos em senso de urgência e nomear o porquê estamos nos sentindo estressados nos ajuda. Imagine um gestor que está sendo dominado pelo senso de urgência. Isto impacta seu raciocínio, afeta sua respiração e concentração. Sua produção e relações podem ser abaladas pelo seu nível de estresse. Ao invés de agir de acordo com o estágio impulsivo, ele nomeia para ele mesmo suas emoções e as razões pelas quais está se sentindo estressado. Ao fazer esse exercício a atividade na área do cérebro que remete a fuga começa a reduzir. Outra área começará a ser acessada, o pré cortex, zona onde tomamos decisões. Logo, seu estado deixa de ser impulsivo, na área límbica do cérebro, onde o senso de fuga se origina, para se tornar mais gerenciável, podendo assim decidir, determinar, definir e sentenciar sobre o estresse, tornando-o um aliado. Desenvolva sua autopercepção entendendo como o estresse se manifesta no seu corpo, nas suas relações, listando as aprendizagens e a nova descoberta do eu. Verbalize as causas do estresse em voz alta. O fato de dar nome faz com que você saia de um estágio impulsivo, para utilizá-lo como parceiro para ampliar sua autogestão.
2. Reformule a ansiedade canalizando-a para entusiasmo e paixão
Pode-se reformular a ansiedade e urgência canalizando-a para entusiasmo e paixão. Em algumas vezes, a razão pela qual você se estressa pode estar de alguma maneira ligada a alguma coisa que você realmente se importa. Verbalize seu estresse, mas verbalize também sua paixão relacionada ao objeto do seu estresse e deixe sua pressão ser tomada pelo seu entusiasmo. Faça duas reflexões. Entenda qual paixão está por trás do objeto que lhe causa estresse. Traga a memória um projeto que você tem se empenhado bastante. Existe uma paixão que o fez entrar neste projeto. Alimente essa paixão ao invés de nutrir o estresse. Pense em ações que resgatam sua paixão relacionada a situação de ansiedade, ao invés de nutrir o desespero ou angústia.
Exemplo: Lidar com certas pessoas deste projeto lhe causa estresse. Ao invés de focar apenas nos detalhes desta dificuldade com as pessoas, foque na razão pela qual você entrou no projeto, nos ganhos que você vai ter, no crescimento que lhe será concedido, na paixão que lhe despertou primeiro. Se não focarmos em ações que resgatam a paixão relacionada a situação que nos causa estresse fica muito difícil. Resgate as paixões e estabeleça ações que nutrem essa paixão.
A libertação pode estar em entender que sempre a vida irá nos convidar a lidar com caos, frustração e pressão de maneira saudável. Lembre-se: é possível reformular a ansiedade e urgência canalizando-a para entusiasmo e paixão. Em nossos treinamentos temos auxiliado pessoas a caminharem com a consciência madura de que times resilientes alcançam mais, ajudando pessoas a lidar melhor com pressão e urgência.